quinta-feira, 12 de março de 2009

A estética da prática = ética

As Aldeias Infantis SOS Brasil está inaugurando um espaço de discussão, articulação e mobilização a partir da visão de uma educação, que extrapola a compreensão mecanicista, instrumental e formal, que tem como objetivo maior a emancipação integral dos indivíduos. Todos os colaboradores devem estar embuídos do caráter criativo e da sensibilidade para uma prática participativa e libertadora. O diálogo funda-se, neste trabalho, como elemento intrínseco de toda e qualquer iniciativa instigada e desenvolvida em diferentes realidades. Esta concepção estratégica de "educação" tem como cenário, a integralidade, pois é a partir deste foco que tudo se converge para uma relação de solidariedade, visando a perspectiva histórica da construção de uma sociedade mais sensível e sustentável. Com isto, o educador é o profissional por excelência da busca pelo belo e o ético, sempre com os olhos para a diversidade do todo e os pés trilhando o caminho da multidisciplinariedade. Para início de conversa segue um texto reflexivo-prático... Ensinar exige estética e ética "A necessária promoção da ingenuidade à criticidade não pode ou não deve ser feita à distância de uma rigorosa formação ética ao lado sempre da estética. Decência e boniteza de mãos dadas. Cada vez me convenço mais de que, desperta com relação à possibilidade de enveredar-se no descaminho do puritanismo, a prática educativa tem de ser, em si, um testemunho rigoroso de decência e de pureza. Uma crítica permanente aos desvios fáceis com que somos tentados, às vezes ou quase sempre, a deixar as dificuldades que os caminhos verdadeiros podem nos colocar. Mulheres e homens, seres histórico-sociais, nos tornamos capazes de comparar, de valorar, de intervir, de escolher, de decidir, de romper, por tudo isso, nos fizemos seres éticos. Só somos porque estamos sendo. Estar sendo é a condição, entre nós, para ser. Não é possível pensar os seres humanos longe, sequer, da ética, quanto mais fora dela. Estar longe ou pior, fora da ética, entre nós, mulheres e homens, é uma transgressão. É por isso que transformar a experiência educativa em puro treinamento técnico é amesquinhar o que há de fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter formador. Se se respeita a natureza do ser humano, o ensino dos conteúdos não pode dar-se alheio à formação moral do educando. Educar é substantivamente formar." Referência bibliográfica FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15. ed. São Paulo : Paz e Terra, 2000. p 36-37 Mãos à obra, boas práticas e bons relatos!Este é o espaço oportuno para fotos e textos do que está acontecendo na rotina de nossos sonhos e atitudes. Bom proveito.